quarta-feira, fevereiro 21, 2007

All Star Game

Este fim-de-semana decorreu em Las Vegas o All-Star game da NBA, tratou-se da primeira vez que um All-Star game se realizou numa cidade que não tem nenhuma equipa da NBA. O facto de Las Vegas ser a cidade dos Estados Unidos com maior taxa de crescimento anual e a capital do jogo e entretenimento indiciam que mais cedo ou mais tarde esta cidade terá uma equipa na liga (talvez os Supersonics ou os Trail Bralzers cujos donos tentam desesperadamente mudar de local para tentarem angariar mais receitas). Esta é a grande diferença entre as ligas Americanas e as do resto do mundo. Mudar de cidade o Real Madrid, Benfica, Juventus, Arsenal parece quase sacrilégio, mas nos Estados Unidos é o pão nosso de cada dia.


Voltando ao ALL-STAR, para quem não sabe trata-se de um mega evento de fim-de-semana que começa na sexta-feira e termina na noite de Domingo. Cada ano que passa os eventos multiplicam-se e os pontos de interesse também. Mais que um jogo entre Este e Oeste tornou-se num evento social e de marketing da liga.

Este ano a principal novidade foi a All-Star dance team. Composta por 1 cheerleader de cada equipa da liga (votadas pelo público) só foi possível a sua introdução nas festividades este ano, pois 2006/2007 marca a época de estreia das cheerleaders dos Boston Celtics (equipa que estoicamente conseguiu resistir durante inúmeros anos ao apelo das belas cheerleaders como forma de entretenimento).

Mas para quem não conhece fica aqui um pouco do que foi este All-star game

6ª - Rookies vs Sophmores (jogadores de primeiro ano contra os de segundo): É o jogo da juventude, não só pelos jogadores mas também porque a liga na sua vertente de marketing ofereceu mais de 50% da lotação a escolas locais para que os miúdos tivessem a oportunidade de ver alguns dos seus ídolos ao vivo. Quanto ao jogo, acabou por ser o melhor do All-Star weekend, com vitória dos de 2º ano por números bem expressivos 155-114.

Sábado- Shooting Stars (ganha pela equipa de Detroit de Chaucey Billups, Swin Cash e Bill Lambier), que consiste numa mistura de jogadores da NBA, WNBA e do passado da NBA onde cada equipa tem de marcar alternadamente a partir de 6 pontos específicos no menor tempo possível (o 6º lançamento é do meio-do-campo).

Skills Challange (ganha pelo MVP da final do ano passado Dwayne Wade) onde se misturam lançamentos, dribles e passes num percurso de obstáculos no menor tempo possível

3-Point ShootOut (ganho pelo jogador que actualmente tem a melhor percentagem de lançamentos de 3 pontos da liga: Jason Kapono dos Miami Heat) o jogo consiste em 60 segundos marcar o maior número de lançamentos de 3 pontos a partir de 5 locais específicos.

Slam Dunk Contest (ganho pelo jogador dos Boston Celtics Gerald Green – o rapaz salta que é uma coisa doida que tiver dúvidas procure os seus vídeos no Youtube), um júri de 5 elementos (este ano o júri foi de peso: Kobe Bryant, Vince Carter, Dominique Wilkins, “Doctor J” Julius Earving e Michael Jordan todos vencedores da competição). Depois da vitória do ano passado por parte do Nate Robinson (1,73m) este ano a competição foi dos “maiorzinhos” com afundanços espectaculares de todos.

Domingo - All-Star Game (ganho por Oeste 153- 132, com o MVP a ser o Kobe Bryant) sicneramente este jogo não foi dos melhores que já vi, principalmente pela falta do Jason Kidd na equipa de Este e o Steve Nash na do Oeste. São dois bases muito orientados para os passes espectaculares e isso nestes jogos é sempre a difereneça entre um bom jogo e um jogo “FANtástico”.

No final não posso deixar de dizer que acabou por ser um All-Star Weekend interessante e que para o ano que vem lá irão contar com mais um tele-espectador antento. E agora que continue a liga que em Abril começam os playoffs.


P.S.
Uma nota final para os espectáculos tipo "Las Vegas".... pelo amor de Deus, não façam isso outra vez!!

domingo, fevereiro 18, 2007

Pepe: “Torci por Portugal”

À luz da vitória de Portugal sobre o Brasil algo ofuscou a primeira boa exibição do Quaresma na selecção portuguesa e a camisa florida do Dunga...os comentários do Pepe após o jogo.

Como era de esperar, os jornalistas seguiram o ângulo dos Luso-brasileiros, perguntando ao Scolari e ao Deco qual a sensação desta vitória sobre o país que os viu nascer. Sobre os comentários destes dois não há nada a dizer, já que eles estiveram no meio da “batalha” e como tal a vitória é tanto deles como dos milhões de portugueses espalhados pelo mundo (se fossem chineses seria a mesma coisa). Depois para seguir a linha do raciocínio o próximo entrevistado só poderia ser o Pepe. Todos sabemos que nos últimos tempos o Pepe tem sido “empurrado” rumo a uma internacionalização por Portugal e como tal, fica sempre bem ele dizer que torceu por Portugal (a força do marketing) para apaziguar os puristas.

Mas o timing destas declarações podem ter o efeito contrário. São tão bonitas e tão patrióticas que soam a falso. O Pepe até pode estar a dizer a verdade mas...

Para mim as selecções são actualmente as forças armadas de cada país, são elas que puxam pelo nosso nacionalismo e nos dão o prazer de ganhar aos espanhóis e ingleses (aos franceses está mais complicado mas chegaremos lá). Será que podemos organizar uma espécie de jogos olímpicos entre Israel e a Palestina para ver quem é que fica com Jerusalém??

Desde o Euro-2004 que a selecção tem sido o ponto de união entre a maioria dos Portugueses, especialmente nas grandes competições e isso não se deve à qualidade dos jogadores portugueses mas, na minha óptica, à globalização. Cada dia as nossas empresas passam a ter capitais espanhóis, os nossos melhores investigadores vão para fora do país, o nosso campeonato tem equipas com mais estrangeiros que portugueses, os nossos músicos andam a cantar em inglês, a selecção continua a ser a única coisa que lá fora e cá dentro diz Portugal. É verdade que nem todos os que fazem parte da selecção são portugueses mas se pernsarmos bem também as legiões romanas não eram só constituídas por romanos.

Quanto à questão específica do Pepe, não sou grande fã dele. Portugal tem bons centrais portugueses (Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Meira, Ricardo Rocha, Tonel, Miguel Veloso, Ricardo Costa, Caneira), sendo assim podem dar-lhe a nacionalidade mas não acho que seja uma boa opção de convocatória para a selecção. Mas ao contrário de muitos comentadores eu acredito no “Felipão” e acredito que ele irá tomar a decisão correcta (seja ela qual fôr).


“E o treinador do ano é ... Rui Barros!” “Hã!?!?”

Como nota final só gostava de deixar um comentário aos “Dragões de Ouro”. Isto só demonstra o aspecto político destes prémios. Como não podiam dar o prémio ao Co Adriense que fugiu, e como o Jesualdo está sobre brasas, nada melhor que dar a um homem da casa que ganhou o único troféu do Porto este ano no único jogo em que orientou a equipa. Não haveria um treinador nas outras modalidades que merecesse este prémio? É que como dizem os brasileiros este prémio cheira a “sacanagem”

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Mercado de Transferências


Depois de ouvir durante 20 minutos uma edição do “Dia Seguinte” (será sempre o “jogo falado” para mim) a discussão sobre as questões júridicas associadas ao caso “Mateus” e o facto de o Gil Vicente ter ou não agora possibilidade legal para recorrer da decisão, mesclada de uma pitada de “não tive culpa dos regulamentos serem assim” por parte de um dos comentadores, comecei a pensar para comigo: “Mas que raio é que isto tem a ver com futebol?”.

Para mim o desporto é isso mesmo um jogo, estas questões júridicas acabam por ter demasiada importância no nosso país. Talvez isto se deva ao nosso sistema júridico ser, como me disse uma vez um professor, um sistema preventivo onde tentamos antecipar toda e qualquer ocorrência mas ao mesmo tempo acabamos por ser reféns dessas mesmas leis. Tudo isto para dizer: párem de ser “meninas” e joguem à bola!!

Sendo esta a primeira entrada no blog/coluna que escrevo, parece-me importante deixar claro algumas questões: Não sou jornalista e como tal não tenho necessidade de ser imparcial. Sou Benfiquista, sócio com lugar cativo no estádio da Luz. Se continuaram a ler quer dizer que fazem parte daquelas pessoas que são capazes de suportar um Benfiquista a falar de futebol (eu sei que é difícil eu por vezes também tenho dificuldades) e só por isso merecem os meus parabéns. É natural que em alguns momentos eu adopte uma postura um bocado tendenciosa em favor do Benfica, isto não quer dizer que eu só vá escrever bem acerca do meu clube (qualquer adepto de futebol que se preze por muito que goste do seu clube tem sempre qualquer coisa politicamente incorrecta a dizer contra o seu próprio clube) mas fica a promessa que vou tentar ser o mais imparciável que o meu cartão de sócio me deixar ser. Esta coluna não se destina a comentar só o futebol português, pois embora o futebol acabe por ser o elemento com maior exposição social existem vários desportos que despertam o meu interesse e que acho que merecem o meu destaque (amantes do curling e badmington este blog não é para vocês...lamento).

Dito isto vamos a uma parte mais sumarenta do futebol: os jogadores.

Todos os dias somos confrontados com as notícias de que Juventus, Chelsea, Manchester United, Real Madrid, Barcelona, Inter, etc. estão interessados nos nossos craques (desde o momento em que todos os verões os jornais anunciavam que o Real Madrid estava interessado no Beto toda a questão das transferências de jogadores passou a ficar em perspectiva). Isto não quer dizer que os jornais por vezes não saibam do que estão a falar mas até que ponto é que os “nossos” jogadores são comercializáveis e potencialmente terão sucesso no futebol Europeu/Mundial?

A seguir vou enumerar alguns dos jogadores aparentemente mais comercializáveis do nosso futebol e qual a minha opinião acerca das possibilidades do negócio se realizar e o posterior sucesso (ou falta dele) no novo futebol.

(Esta lista não obedece nenhuma ordem específica)

1.Quaresma: É sem dúvida um jogador que pode fazer a diferença. Há que admirar a forma como o Quaresma não tem medo de “atacar” o adversário (não estou a falar dos cotovelos) e jogar de forma imprevisível. Para mim o Quaresma é o jogador português que tem mais possibilidades de ir para um clube estrangeiro e ter sucesso. É verdade que a “operação Barcelona” não teve sucesso, mas os tempos eram outros e o Quaresma também era outro jogador (grande mérito para o Co Adriense nesse aspecto). Se pensarmos que os grande maioria dos representantes (com sucesso) de Portugal em equipas estrangeiras são extremos (Futre, Figo, Cristiano Ronaldo, Sérgio Conceição, Boa Morte) então o Quaresma deverá ser o próximo da lista e provavelmente com algum sucesso (na linha do Futre).


2.Simão Sabrosa: Como Benfiquista é um orgulho para mim que o Simão seja o capitão do Benfica, pessoalmente acho que a partir de certo momento começou a ver-se no Simão um jogador “mimado” tudo devido ao episódio da braçadeira. A verdade é que o Simão enquanto profissional do SL e Benfica sempre foi dos jogadores mais correctos e importantes para o clube (novamente esta é a minha perspectiva). Para além da sua qualidade técnica é um jogador que em termos defensivos é dos melhores extremos da Europa (é chocante quando alguns “especialistas” dizem que o Simão não defende).

Depois em termos de relações públicas é um verdadeiro profissional, mesmo depois dos inúmeros clubes que andaram atrás dele (e como qualquer profissional é sempre lisongeiro ter instituições de topo e a pagar bem a querer os nossos serviços) sempre teve uma atitude de: “É bom sinal, mas não há nada em concreto e estou bem no Benfica”. Isto não quer nem dizer que o Simão está acomododado ao lugar nem que não tenha ambições de ir para um campeonato mais competitivo, no entanto respeita quem lhe paga os ordenados e respeita todos os adeptos que o veêm como um ídolo. Dito isto, não me parece que o Simão ao sair do Benfica vá conseguir atingir o nível de importância que tem actualmente no Benfica. Claramente será jogador para ir para um clube importante e nesse clube terá um papel igualmente importante mas dificilmente será aquele jogador que irá ser o “macho dominante”.

3.João Moutinho: É dos jogadores que eu mais gosto de ver jogar em Portugal. É um jogador claramente acima da média, pois é daqueles jogadores que faz todos à sua volta serem melhores e isso para mim é a verdadeira definição dos grandes jogadores. No entanto é um jogador que não tem grande comercialização lá fora (o que em termos desportivos dá muito jeito ao Sporting) não é um jogador que apareceça com frequência nos “highlights” da televisão e por isso não atrai aquela exposição que lhe poderia valer uma grande transferência. Também não é um jogador alto e forte fisicamente, o que no futebol moderno é considerado um requisito mínimo nos campeonatos ditos “competitivos”. Sendo difícil a sua saída de Portugal as suas características mostram que ele não vai falhar lá fora, vai ser um jogador consistente (na linha do Paulo Sousa) que vai tornar as suas equipas ainda melhores mas provavelmente será sempre ultrapassado nas votações dos melhores jogadores.

4.Luisão: É talvez o jogador com mais mercado a jogar em Portugal. O facto de ser convocado regularmente na selecção barsileira ajuda muito. É uma defesa central alto, com bom jogo de cabeça e que não tem problemas em comandar uma defesa. O Luisão quando está concentrado consegue ser dos melhores do mundo na sua posição, mas em outros raros momentos chega ao nível de defesa central de equipa de meio da tabela. O futebol italiano ou alemão (vejam o Lúcio) é que mais se adequa ao Luisão e com muita pena minha será aquele cuja transferência será mais provável.

5.Pepe: Sinceramente não vejo o Pepe como um grande jogador. É verdade que ele é dos defesas mais rápidos do futebol português e que com um central forte fisicamente ao lado dele (Bruno Alves ou o Van Der Gaag) consegue ser bastante eficaz. No entanto é um jogador muito limitado tecnicamente e isso viu-se no esquema de 3 defesas do Adriense. O Pepe pressionado por um avançado chuta para onde está virado e a recepção de bola é fraquíssima. O problema é que ninguém o pressiona e como ele é um defesa relativamente rápido consegue camuflar essas falhas com um rápido reposicionamento. Dito isto o Porto ao vender o Pepe vai fazer um grande negócio (esta coisa da naturalização é mais uma tentativa de valorizar o jogador) mas o Pepe não é jogador para aguentar muito tempo num campeonato onde os avançados em meia oportunidade marcam um golo.

6.Lucho Gonzalez: Sem dúvida é o motor do Porto, tal como o João Moutinho é no Sporting, é um jogador que sabe ser discreto na forma como joga em benificio do colectivo mas que ao mesmo tempo tem a qualidade e os momentos de pegar na bola e dizer “sai lá da frente que agora sou eu que resolvo”. Fisicamente é claramente um jogador que impõe respeito e juntamente com o Luisão é um daqueles jogadores que encaixa bem no futebol alemão e italiano, mesmo em Espanha não me parece que tivesse muitas dificuldades. Mais 1 ano e o Porto deverá ter de o vender.

7.Nani: Na minha opinião, o Nani é daqueles jogadores que tanto pode ser um grande jogador, como ser uma eterna promessa. Tudo depende do factor psicológico e da atitude que fôr demonstrando. O que não falta são “talentos” nos distritais (nesse aspecto o melhor que podia ter acontecido ao Nani foi o Paulo Bento ter-se tornado treinador do Sporting). Quanto a uma saída de Portugal, só se fôr para Espanha mas será sempre para um clube assim do nível Corunha ou do Bétis, caso contrário não me parece que ele tenha grande sucesso.

8.Yannick Djaló: Tal como o Nani é daqueles que há a dar aos pontapés no futebol português e que os jornalistas têm muito a tendência de ao primeiro jogo dizerem imediatamente que é o maior do mundo. Não o vejo a sair de Portugal mas a sair em alguma fase da carreira dele vai parar ao campeonato francês (pelo menos é o que me diz o horóscopo de Bellini, a mãe-de-santo e os búzios).

9.Anderson: Que o rapaz tem talento, isso é inegável. Que pode ser dos melhores do Mundo também é verdade. Que vai sair do Porto a breve prazo, não tenho dúvidas disso. O futebol Espanhol espera por ele.

10.Nélson: O Nélson é daqueles jogadores que se vê que com algum trabalho pode ser um jogador importante para qualquer equipa. É verdade que tem vindo a melhorar em muitos aspectos mas ainda está muito verde. Num esquema de 3 defesas ele tem tudo para ser dos melhores, já que tem alguém para dobrar as subidas dele e os seus cruzamentos são sempre perigosos. Como defesa direito tem muito a aprender. Em primeiro lugar a posicionar-se defensivamente, não são raras as vezes em que está 1 ou 2 passos à frente do sítio onde devia estar, depois em termos ofensivos tem alguma dificuldade em jogar com um extremo à sua frente. Neste momento não vejo o Nélson a conseguir impôr-se noutro campeonato (mas também o Miguel deu um grande salto qualitativo) mas pode ter uma grande carreira a jogar no Benfica e ser uma referência futura.